Foto: Joyce Noronha (Diário)
Ato de lançamento do "9º Grito de Alerta" ocorreu no Seminário São José
Debater a valorização da agricultura familiar, a previdência social e políticas públicas para pequenos agricultores são o foco do 9º Grito de Alerta, lançado pela Macro Regional Centro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), na manhã desta quinta-feira, em Santa Maria. O evento ocorreu no Seminário São José e contou com cerca de 80 pessoas que representaram sindicatos dos trabalhadores rurais, prefeituras, escritórios da Emater e outros setores do ramo da Região Central.
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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria (STR-SM), Célio Fontana, explica que a discussão vem a partir da proposta da reforma da Previdência, em tramitação no Congresso Nacional. Segundo ele, o texto apresentado não faz distinção entre os produtores rurais de grande porte e os da agricultura familiar. Fontana explica que a categoria busca modificar alguns pontos do texto da reforma e não que o grupo seja contra a remodelação da Previdência.
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A opinião de Fontana foi reforçada pelo presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, que durante sua fala destacou que o Grito de Alerta serve para chamar a atenção das pessoas às mudanças e para as possíveis perdas de direitos conquistados ao longo de anos.
_ A Previdência é a maio distribuidora de verba do país e precisa ser revista sim. Mas é preciso respeitar as diferenças de categorias e entender quem custa mais para o Brasil, é preciso um recorte, porque meia verdade não é uma verdade inteira _ diz Silva.
MANIFESTAÇÃO
No lançamento do 9º Grito uma convocação foi feita para uma mobilização dia 15 de maio, em Santa Cruz do Sul. Conforme o presidente do STR-SM, Célio Fontana, a estimativa é que pelo menos dois ônibus saiam de Santa Maria para essa manifestação. Além disso, mais de 20 ônibus são esperados em Santa Cruz do Sul para o grande ato público.
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A ideia é unir forças entre entidades e, na data, chamar a atenção da população para o texto da reforma da Previdência, segundo o presidente do SRT-Santa Cruz do Sul, Renato Goerck. Ele destaca que o protesto é feito pela categoria, mas também pelas crianças, que são os futuros trabalhadores rurais:
_ Se nós temos direitos hoje, é porque no passado tivemos pessoas, trabalhadores, que lutaram por esses direitos. E nós, agora, vamos fazer isso por nós e pelos nossos sucessores _ defende Goerck.
AS MUDANÇAS PREVISTAS
No início de abril, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou a exclusão da aposentadoria rural da proposta, o que impediria mudanças. Porém, o texto não foi alterado. Por hora, o que deve mudar:
- A idade mínima mudaria apenas para mulheres, passando de 55 para 60
- Para homens, a idade mínima para se aposentar seguiria 60 anos
- O tempo de contribuição aumenta em 5 anos, passando de 15 para 20
- Além disso, a contribuição do trabalhador rural poderá incidir sobre o salário ou sobre a produção, o que deve aumentar o valor a ser pago
- Atualmente, os contribuintes pagam uma alíquota de 1,7% sobre o valor de venda da produção agrícola